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Do que é feita a cidade? Talvez, nos apressados passos com os quais percorremos suas ruas, essa pergunta não se responda facilmente. Na verdade, é muito provável que esta pergunta nem ao menos se materialize, afinal, passamos rápido demais para percebermos a cidade e seu constante processo de modificação.

A cada década passada, centenas, milhares e até milhões de pessoas ocupam nossas cidades. A cada ocupação consolidada, diversas cores, costumes e hábitos vão compondo a enorme colcha de retalhos que conhecemos por “cultura”. A cultura que compõe nossas comunas, nossos estados e nosso país, é fruto de uma não-tão-longínqua herança dos processos que determinaram o futuro de um colonizado “novo mundo”. Os nativos da terra, os brancos, os negros, os invasores, os monarcas e os desertores: miscigenação e coexistência. Nunca amena, nunca justa, nunca plena.

Acreditamos cegamente na força da multicultura brasileira, na força da diversidade de nossas urbanidades. Ilusão de um povo oprimido, corrompido pela ânsia de não estar à margem da “humanidade”. Assim, copiamos modelos, alargamos nossas ruas e avenidas, deslocamos e amontoamos os desfavorecidos, arrastamos o que não é vendável para debaixo do tapete, capitalizamos o direito à cidadania e à qualidade de vida. E não para por aqui. Viramos reféns do maior algoz da igualdade, sob a promessa de um futuro de prosperidade.

O capital molda nossas vidas. Ele molda nossas cidades. Indica para onde olhar, impõe no que se demorar, esconde o que não se encaixar. Representa a força da minoria sob a maioria, reforçando a falácia das relações de poder e meritocracia. É a linguagem do status quo estabelecido ao longo dos séculos, simbologia do patriarcado, do liberalismo, do machismo e da supremacia étnica, que se apoderam do bom senso das massas que nele se encaixam - ou que pensam se encaixar.

Em um Brasil de contrastes coloridos, manipulação e negligência aos vencidos, ainda há que se correr em nome de um cotidiano sufocante. As relações abusivas no trabalho, o desrespeito fomentado pelos porta-vozes do conservadorismo, o estresse composto pela vida urbana e suas problemáticas, são só alguns tópicos inerentes à vida cidadã de nosso país. E a cidade nisso tudo?

A cidade é sim o palco maior do capitalismo, da opressão e da injustiça. Corrobora com a elite, traduz seus anseios e instrumentaliza a dominação por ela exercida. Nela se constroem as muralhas, que tanto evidenciam nossas diferenças, nossos conflitos velados, nossa existência em separado. Nela se consolidam os monumentos que, diariamente, reforçam a ideia da desigualdade como o objetivo maior a ser alcançado para a manutenção do maniqueísmo-de-cada. A cidade traduz as falhas de nossa sociedade.

Contudo, não é só do poder que se alimenta nossa urbanização. Atuam em sigilo forças insurgentes, relações clandestinas e marginalizadas. Pessoas, sozinhas ou em conjunto, que trabalham em nome de suas liberdades e direitos. Oprimidos pela política, pelo ideário conservador e conformado. Foras do eixo, rebeldes, resistentes.

Do que é feita a cidade? Provavelmente, não se pode nomear de tudo que são feitas nossas cidades. Provavelmente, não conheceremos as realidades e as realizações das multifacetadas comunidades e suas pautas políticas. Provavelmente não existe tempo para responder aos inúmeros obstáculos impostos pela vida urbana. Mas há tempo para perguntar. Perguntar para buscar o entendimento de nossa realidade, o desafio às regras impostas e um olhar mais sensível ao que compõe o cenário de nosso cotidiano. Questionar é preciso; Resistir é preciso.

A Mostra de Arquitetura e Urbanismo da FAU/UFJF é um evento de cunho crítico e propositor, realizado anualmente por estudantes com a proposta de fomentar o debate no âmbito das relações entre academia e sociedade através de palestras, oficinas e mesas de conversa.

Neste ano, a décima nona edição da Mostra, propõe-se à discutir a cidade como local de conflitos e resistências originadas pelos diversos interesses resultantes das gestões do espaço urbano. “A cidade como ato de resistência”, como temática central, questiona os limites da atuação do arquiteto e urbanista inserido na discussão democrática da cidade e seus respectivos e necessários diálogos com outros agentes sociais. Ouvir para aprender, discutir para realizar.

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CACAU, Faculdade de Arquitetura, Universidade Federal de Juiz de Fora, sala 202, no nosso amado galpão.

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